Ao longo dos próximos artigos, abordarei diversos aspectos da cibersegurança, incluindo os principais frameworks, tecnologias e regulamentações. A segurança da informação deixou de ser apenas uma preocupação técnica para se tornar um pilar estratégico dentro das organizações. No centro desse cenário está a Governança de Segurança da Informação (GSI), que define diretrizes, políticas e processos para proteger os ativos digitais de forma eficaz. Atualmente, a GSI faz parte das atividades da área de Governança de TI, garantindo que segurança e estratégia caminhem juntas.
Neste artigo, o foco será exclusivamente na GSI e seu papel essencial dentro das organizações.
O que é Governança de Segurança da Informação?
Governança de Segurança da Informação é o conjunto de estratégias, políticas e processos adotados por uma organização para garantir que a segurança da informação esteja alinhada aos objetivos de negócios. Ela define quem toma decisões, quais são os controles necessários e como a segurança deve ser gerenciada a longo prazo.
A GSI é facilmente confundida com a Gestão da Segurança. De maneira prática, a GSI é estratégica e a Gestão de Segurança é tática. Ou seja, enquanto a GSI define políticas e diretrizes, a Gestão da Segurança cuida da aplicação dessas regras no dia a dia.
Princípios Fundamentais da Governança em Segurança
Para que a governança de segurança seja eficaz, ela precisa seguir princípios essenciais que garantem uma abordagem estruturada e alinhada aos interesses da organização. Entre os principais, destacam-se:
✔ Alinhamento com os Objetivos do Negócio – A segurança da informação não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como um diferencial estratégico que protege e impulsiona a empresa.
✔ Gestão de Riscos – A organização deve identificar, avaliar e mitigar riscos continuamente, garantindo a resiliência diante de ameaças cibernéticas.
✔ Conformidade e Regulamentação – Atender normas como LGPD, GDPR, ISO 27001 e NIST não apenas garante proteção, mas também fortalece a credibilidade e evita penalidades.
✔ Cultura de Segurança – Segurança vai além da tecnologia. É essencial promover uma cultura organizacional onde todos compreendam a importância da proteção da informação.
Principais Desafios da Governança em Segurança
Apesar de uma estratégia bem definida, a implementação eficaz da governança em segurança enfrenta desafios comuns que podem comprometer sua efetividade. Esses obstáculos exigem atenção contínua e adaptações para garantir a proteção dos ativos da organização. Entre os principais desafios estão:
⚠ Falta de Engajamento da Alta Gestão – A falta de apoio executivo dificulta a alocação de recursos necessários, a criação de uma cultura organizacional de segurança robusta e a implementação de processos que assegurem a proteção contínua dos dados e sistemas da empresa.
⚠ Evolução Contínua das Ameaças – A governança deve ser dinâmica para acompanhar novas ameaças cibernéticas. Hackers e criminosos cibernéticos estão sempre em busca de novas vulnerabilidades para explorar e novas tecnologias para atacar sistemas.
⚠ Dificuldade na Conscientização – Investir em uma cultura sólida de segurança da informação é primordial. A conscientização de segurança não é apenas uma questão técnica, mas envolve mudanças comportamentais em toda a empresa. Treinamentos, campanhas de conscientização e políticas claras são essenciais para garantir que todos os colaboradores compreendam a importância da segurança cibernética e sigam as práticas recomendadas. Além disso, a conscientização deve ser um esforço contínuo, não uma iniciativa única.
Como Implementar uma Boa Governança de Segurança
Implementar uma boa governança de segurança não é uma tarefa simples, mas é essencial para garantir que a proteção de dados e sistemas seja tratada de forma robusta e eficaz. Para isso, é preciso seguir algumas etapas fundamentais que estabelecem as bases de um processo contínuo de segurança:
• Definir uma Estratégia Clara – Criar uma estrutura de governança baseada em frameworks sólidos como COBIT, NIST e ISO 27001.
• Estabelecer um Comitê de Segurança – Reunir líderes de diferentes áreas, incluindo TI, jurídico e recursos humanos. A colaboração entre diferentes departamentos é crucial para garantir que as políticas de segurança não sejam isoladas, mas sim incorporadas ao funcionamento diário da empresa.
• Monitorar e Melhorar Continuamente – A governança não é um projeto com fim definido, mas sim um processo contínuo. Isso envolve a realização de auditorias regulares, a coleta e análise de métricas de segurança e a revisão periódica das políticas e controles implementados.
Conclusão
A GSI é um pilar essencial para empresas que desejam proteger seus ativos digitais sem comprometer a inovação e a competitividade. Implementá-la de forma eficaz exige visão estratégica, alinhamento com os objetivos do negócio e um compromisso contínuo com a melhoria da segurança.
Marcello Cera - Embaixador Cibersegurança ANACO BRASIL, Diretor de TI | Gerente de TI | Conselheiro | Head Governança de TI Sistemas e Infraestrutura - https://www.linkedin.com/in/marcello-cera/