A palavra “Páscoa” vem do hebraico Pessach, que significa passagem. Desde os tempos bíblicos, ela remete à libertação — seja do povo hebreu saindo do Egito ou da humanidade sendo reconciliada com Deus através da morte e ressurreição de Jesus. Mas em tempos tão rápidos e superficiais, talvez o
maior desafio da Páscoa seja resgatar o seu sentido mais profundo.
A verdadeira Páscoa não está no calendário, mas no coração. Não se resume a ovos de chocolate, feriados prolongados ou simbolismos vazios. Ela é, acima de tudo, um convite à travessia. Uma travessia espiritual, emocional e humana. É a oportunidade de deixar para trás a escravidão interior — mágoas, angústias, egoísmos — e caminhar em direção a uma vida de propósito, fé e reconciliação.
Trabalho há mais de uma década com incentivo à leitura e com ações sociais em comunidades vulneráveis. E posso afirmar com convicção: o verdadeiro milagre da Páscoa se manifesta nos pequenos gestos — quando uma criança volta a sonhar ao ganhar um livro, quando uma mãe aprende a contar histórias para o filho, quando um idoso reencontra a memória afetiva através da leitura. Tudo isso é vida que vence a morte. É ressurreição cotidiana.
A mensagem da Páscoa é atual e urgente. Ela nos ensina que o sofrimento não é o fim. Que o silêncio do sábado não anula o milagre do domingo. E que existe um caminho novo para quem está disposto a atravessar.
Neste tempo tão barulhento, talvez o maior ato de fé seja parar, olhar para dentro e deixar que a esperança ressuscite em nós.
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