Geral CRÍTICA

Criminalização de vítimas de estupro gerou uma polêmica significativa e justificada

Por: Flávia Acciarito

14/06/2024 18h38 Atualizada há 7 meses
Por: Redação Fonte: Aprem Desenvolvimento Humano e Empresarial

A proposta legislativa do Partido Liberal (PL) sobre a criminalização de vítimas de estupro gerou uma polêmica significativa e justificada. Analisando tal proposta, há vários pontos críticos a serem considerados:

 Revitimização das Vítimas

Uma das principais críticas à proposta é a questão da revitimização. Em vez de oferecer apoio e proteção às vítimas de estupro, a criminalização pode desencorajar denúncias. As vítimas podem temer ser punidas ou não acreditadas, o que contribui para a manutenção de uma cultura de silêncio e impunidade para os agressores.

 Impacto Psicológico e Social

As vítimas de estupro já enfrentam traumas emocionais e psicológicos profundos. A possibilidade de serem criminalizadas apenas agrava seu sofrimento, colocando-as em uma posição de maior vulnerabilidade e isolamento. Isso pode ter consequências graves para sua saúde mental e bem-estar.

Desvio de Foco do Agressor

Criminalizar as vítimas de estupro desvia o foco do verdadeiro problema: os agressores. Em vez de concentrar esforços em punir os criminosos e prevenir novos casos de violência sexual, a proposta do PL parece punir as pessoas erradas. Isso enfraquece a eficácia do sistema de justiça e a confiança da sociedade nas instituições.

 Contraproducência na Luta Contra a Violência Sexual

A proposta é contraproducente para os avanços feitos na luta contra a violência sexual. Em muitos países, inclusive no Brasil, foram implementadas políticas e leis para proteger e apoiar as vítimas. A criminalização representa um retrocesso significativo, indo na contramão das melhores práticas internacionais e dos direitos humanos.

Inconstitucionalidade e Direitos Humanos

Há também o argumento de que tal proposta pode ser inconstitucional. A Constituição Brasileira e diversas convenções internacionais das quais o Brasil é signatário garantem direitos fundamentais, incluindo o direito à dignidade, à proteção e à justiça. A criminalização das vítimas de estupro pode violar esses direitos, gerando uma série de implicações legais.

Reações Negativas e Mobilização Social

A proposta foi recebida com forte oposição por parte de organizações de direitos humanos, grupos de apoio a vítimas de violência sexual e grande parte da sociedade civil. A mobilização contra essa proposta demonstra que há uma conscientização crescente sobre a importância de proteger as vítimas e combater efetivamente a violência sexual.

Reflita:

A proposta do Partido Liberal sobre a criminalização das vítimas de estupro é amplamente criticada por suas implicações negativas e falta de fundamento jurídico e moral. Em vez de contribuir para a justiça e a segurança, tal proposta pode agravar a situação das vítimas e enfraquecer a luta contra a violência sexual. É crucial que as políticas públicas sejam orientadas pela proteção dos direitos humanos, pela prevenção da violência e pelo apoio às vítimas, em vez de adotar medidas punitivas e regressivas.

Colunista Flávia Acciarito
Sobre Colunista Flávia Acciarito
Dir. APREM Desenvolvimento Humano e Empresarial, APREM Comunicação. Especialista em Pedagogia Empresarial, Compliance e Gestão de Riscos. Implantação de Recursos Humanos em pequenas e médias empresas. Processos Seletivos. SIPAT. Implantação de Políticas e cargos e salários. Implantação 8S. Desenvolvimento de Novos Negócios. Estudiosa da PNL. Palestrante. Árbitra e Perita judicial. Embaixadora da Paz pela FEBACLA- Federação Acadêmica das Ciências, Letras e Artes.
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